ISOMETRIAS na INSUFICIÊNCIA passiva e ativa

Sabemos que dar um enfoque no componente ativo na manifestação da mobilidade faz toda diferença em termos de adaptação, funcionalidade e transferência tarefas do dia a dia, comparado ao passivo, na maioria dos cenários de reabilitação ou treinamento físico.

Em muitos casos, a amplitude passiva de movimento alcançável em qualquer articulação será maior do que a amplitude de movimento ativa que pode ser obtida. Muito disso é devido à habilidade contrátil limitada de qualquer músculo em sua posição mais encurtada. Podemos ver (imagem abaixo) que a tensão ativa cai significativamente antes do final do comprimento disponível do músculo, e que a tensão remanescente aplicada na articulação é devido ao alongamento dos ligamentos e da cápsula articular, não necessariamente através dos músculos que moveriam àquela articulação naquela posição.

•  Na insuficiência passiva, simplesmente não se tem o comprimento para permitir alcançar aquela amplitude de movimento. Por exemplo, tentar fazer uma flexão do quadril com o joelho estendido em comparação com o joelho flexionado. Se a elevação da perna com o joelho estendido é reduzida, mas com o joelho flexionado a elevação é significativamente maior, existe provavelmente uma insuficiência passiva dos músculos da cadeia posterior: coluna lombar, glúteos, isquiotibiais e panturrilha.

• Uma insuficiência ativa é a inabilidade de produzir força muscular para atingir uma determinada posição. Outro exemplo é na flexão do joelho... a insuficiência passiva quer dizer que o indivíduo não conseguiria sequer segurar o pé e trazê-lo até o glúteo porque não é mais possível progredir na amplitude devido a sensação de não conseguir contrair (concentricamente) mais o músculo.

  
  
  
  

É possível que a insuficiência ativa e passiva, simultaneamente, possam estar restringindo o alcance de movimento de uma ou mais articulações envolvidas em determinada ação. Nesses casos, uma das estratégias que se mostram muito eficientes são os Carregamentos Isométricos Angulares Progressivos e Regressivos, ou os famosos PAILs e RAILs - técnicas conhecidas do sistema FRC do Dr. Andreo Spina.

Essas técnicas isométricas fazem parte do sistema de treinamento de mobilidade FRC, contudo já existem a bastante tempo com outras nomenclaturas e formas de utilização, onde tem um enorme potencial de ganho de ADM (amplitude de movimento) de forma aguda, permitindo trabalhar em qualquer faixa de amplitude de movimento. No caso aqui do conteúdo sobre insuficiência, a abordagem é nos ângulos finais de movimento. Os PAILs e RAILs são carregamentos isométricos que, por utilizarem a combinação de controle de contração muscular voluntária (tensão), tempo de estímulo sustentado (+90" em média) e intencionalidade de força (realizar força no sentido oposto ao ângulo articular estimulado e depois no sentido a favor), promove não apenas adaptações estruturais nos tecidos ativos e passivos, mas também uma resposta neurológica favorável para inibir os músculos que antagonistas ao movimento que se busca ampliar (PAILs) -inibição reciproca - e em seguida possibilitando o trabalho de força isométrico nesse "novo ângulo" alcançado (RAILs).

Essas duas técnicas, que se complementam, não são a resposta definitiva para sanar os déficits de mobilidade de todas as pessoas, existem outras estratégias que podem ser usadas inicialmente, bem como combinadas com essas para promover maiores ganhos e melhor consistência nos resultados que você busca. Então procure estudar, experimentar e praticar diferentes recursos para qualificar sua 'caixa de ferramentas' e refinar seu raciocínio clínico.

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Até o próximos, galera! Abraço.